A saúde humana, nunca
será o produto de comprimidos, de anestésicos, de soros, de alimentação
artificialíssima. O homem terá de voltar os olhos para a terapêutica natural,
que reside em si mesmo, na sua personalidade e no seu meio ambiente. Há
necessidade, nos tempos atuais, de se extinguirem os absurdos da “fisiologia
dirigida”. A medicina precisa criar os processos naturais de equilíbrio
psíquico, em cujo organismo, se bem que remoto para as suas actividades anatómicas,
se localizam todas as causas dos fenómenos orgânicos tangíveis. A medicina do
futuro terá de ser eminentemente espiritual, posição difícil de ser actualmente
alcançada, em razão da febre maldita do ouro; mas os apóstolos dessas realidades
grandiosas não tardarão a surgir nos horizontes académicos do mundo, testemunhando
o novo ciclo evolutivo da Humanidade. O estado precário da saúde dos homens,
nos dias que passam, tem o seu ascendente na longa série de abusos individuais
e colectivos das criaturas, desviadas da lei sábia e justa da Natureza. A
Civilização, na sua sede de bem-estar, parece haver homologado todos os vícios
da alimentação, dos costumes, do sexo e do trabalho. Todavia, os homens
caminham para as mais profundas sínteses espirituais. A máquina, que
estabeleceu tanta miséria no mundo, suprimindo o operário e intensificando a
facilidade da produção, há-de trazer, igualmente, uma nova concepção da civilização
que multiplicou os requintes do gosto humano, complicando os problemas de saúde;
há-de ensinar às criaturas a maneira de viverem em harmonia com a Natureza.
(Do livro "EMMANUEL" de Chico Xavier/Emmanuel, 1938)