Frequentemente encontramos companheiros de excelente formação moral convictos de que atender à caridade será aceitar tudo, e que a paciência deve tudo aguentar.
A evolução, no entanto, para crescer, exige muito mais a supressão que a conservação.
Em nenhum sector da existência o progresso e a cultura se compadecem com o "estar com tudo". A caridade da vida é aperfeiçoamento.
Jesus entendia o verdadeiro sentido da palavra caridade como: "Benevolência para com todos, indulgência para as imperfeições dos outros, perdão das ofensas." Apesar de entendermos que a nossa condição actual não é um castigo, que tem justificativas na lei de causa e efeito, devemos também, por compreendermos a necessidade da caridade, procurarmos amparar aos que se encontram na situação de miserabilidade.
"O amor e a caridade são o complemento da lei de justiça, pois amar o próximo é fazer-lhe todo o bem que nos seja possível e que desejaríamos que nos fosse feito. Tal o sentido destas palavras de Jesus:
Amai-vos uns aos outros como irmãos."
("Livro dos Espíritos" (Questão 886)
A esmola não é fácil de ser pedida, o orgulhoso sofre nessa situação, mas o próprio senso de sobrevivência o leva a isso. Há ainda o indolente, o que não quer progredir, que aceita a vida da forma como ela se apresenta.
Mas como julgar o merecedor da nossa acção?
Não nos cabe essa decisão, agiremos de acordo com o nosso livre arbítrio, com o que as nossas sensibilidade indicarem.
Não faremos cobranças das nossas doações, ou trocas, pois a decisão do uso, a partir do momento que fizermos o donativo, deixa de ser nossa. Cada um responde pelos seus actos.

Vejamos:
" O homem verdadeiramente bom procura elevar aos seus próprios olhos, aquele que lhe é inferior, diminuindo a distância que os separa."
("Livro dos Espíritos" Questão 886)
Na parábola do bom samaritano (Lucas 10:25-37), encontramos preciosas lições sobre
