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Maia, Porto, Portugal
Centro Comercial Venepor, Loja 64 - Rua Simão Bolivar, 123, 4470-214 Maia

QUEM SOMOS?

QUEM SOMOS?

O Grupo de Estudos Espíritas Nova Sagres é uma Associação constituída por pessoas da Maia e arredores, que se interessam pelo estudo, divulgação e a prática da Doutrina Espírita, codificada por Allan Kardec.

Nosso Objectivo:

NOSSO OBJECTIVO:

Contribuir, através do estudo e divulgação do Espiritismo, para que todos os habitantes deste nosso planeta Terra encontremos a razão da nossa existência.
De onde vimos, para onde vamos e porque estamos aqui hoje!
Porque é assim a nossa vida! O que poderemos fazer para a melhorar!

Horário

HORÁRIO DE FUNCIONAMENTO


Segunda-feira: - Estudo da Doutrina (Público) 21:00/22:30. Na primeira segunda-feira de cada mês, passaremos um filme de caráter espiritualista.


Terça-feira: - Encerrado.


Quarta-feira: (Público)
20:30 - Receção do Público
21:00 - Exposição Espírita (Palestra) seguida de Passe.



Quinta-feira: (Privado)
20:45 às 22:30 - Reunião de Trabalhadores.

Sexta-feira: - Encerrado


Sábado e Domingo - Encerrado.

Atendimento fraterno: apenas por marcação
Diamantino Cruz - Telem. 96 984 29 29




Contactos

CONTACTOS:

E-mail: gee.nova.sagres@gmail.com


segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

Bocage




 

“Vós, crédulos mortais, alucinados

De sonhos, de quimeras, de aparências,

Colheis por uso erradas conseqüências

Dos acontecimentos desastrados.

 

Se à perdição correis precipitados

Por cegas, por fogosas impaciências,

Indo e cair, gritais que são violências

De inexoráveis céus, de negros fado.

 

Se um celeste poder tirano, e duro,

Às vezes extorquisse as liberdades,

Que prestava, ó Razão, teu lume puro?

 

Não forçam corações as divindades;

Fado amigo não há, nem fado escuro:

Fados são as prisões, são as vontades.”

 

quarta-feira, 15 de outubro de 2014

Influência Moral dos Médiuns (Livro dos Médiuns)

            230. A instrução, sobre este assunto, nos foi dada por um Espírito de que já reproduzimos muitas comunicações:
            Já o dissemos: os médiuns, como médiuns, exercem influência secundária nas comunicações dos Espíritos. Sua tarefa é a de uma máquina elétrica de transmissão telegráfica entre dois lugares distantes da Terra. Assim, quando queremos ditar uma comunicação, agimos sobre o médium como o telegrafista sobre o aparelho. Quer dizer, da mesma maneira que o tique do telégrafo vai traçando, a milhares de léguas, numa tira de papel, os sinais reprodutores do despacho, nós também nos comunicamos através das distâncias imensuráveis que separam o mundo visível do mundo invisível, o mundo imaterial do mundo encarnado, aquilo que desejamos vos ensinar por meio do aparelho mediúnico.
            Mas, assim também como as influências atmosféricas freqüentemente atuam sobe as transmissões telegráficas e as perturbam, a influência moral do médium age algumas vezes sobre a transmissão dos nossos despachos de além túmulo e os perturbam, por que somos obrigados a fazê-los atravessar um meio contrário. Entretanto, na maioria das vezes essa influência é anulada pela nossa energia e a nossa vontade, e nenhuma perturbação se verifica. Com efeito, os ditados de elevado alcance filosófico, as comunicações de moralidade perfeita são transmitidas às vezes por médiuns pouco apropriados a essa função superior, enquanto de outro lado, comunicações pouco edificantes chegam às vezes por médiuns que se envergonham de lhes servir de condutores.(7)      
            De maneira geral, pode-se afirmar que os Espíritos similares se atraem, e que raramente os Espíritos das plêiades elevadas se comunicam por mal condutores, quando podem dispor de bons aparelhos mediúnicos, de bons médiuns, numa palavra.
            Os médiuns levianos, pouco sérios, chamam, pois, os Espíritos da mesma natureza. É por isso que as suas comunicações se caracterizam pela banalidade,a frivolidade, as idéias truncadas e quase sempre muito heterodoxas, falando-se espiritualmente.(8)  Certamente eles podem dizer e dizem às vezes boas coisas, mas é precisamente nesse caso que é preciso submetê-las a um exame severo e escrupuloso. Porque, no meio das boas coisas, certos Espíritos hipócritas insinuam com habilidade e calculada perfídia fatos imaginados, asserções mentirosas, como fim de enganar os ouvintes de boa fé.
Deve-se então eliminar sem piedade toda palavra e toda frase equívocas, conservando no ditado somente o que a lógica aprova ou o que a Doutrina já ensinou.
As comunicações dessa natureza só são perigosas para os espíritas que agem isolados, os grupos recentes ou pouco esclarecidos, porque, nas reuniões de adeptos mais adiantadas e experientes, é inútil a gralha  de se adornar com penas de pavão, pois será sempre impiedosamente descoberta.(9)
 
            Não falarei dos médiuns que se comprazem em solicitar e receber comunicações obscenas. Deixá-los que se comprazam na sociedade dos Espíritos cínicos. Aliás, as comunicações dessa espécie exigem por si mesmas a solidão e o isolamento. Não poderiam, em qualquer circunstância, senão provocar o desdém e a repugnância entre os membros de grupos filosóficos e sérios.
            Mas onde a influência moral do médium se faz realmente sentir é quando este substitui pelas suas pessoas aquelas que os Espíritos se esforçam por lhe sugerir. É ainda quando ele tira, da sua própria imaginação, as teorias fantásticas que ele mesmo julga, de boa fé, resultar de uma comunicação intuitiva. Nesse caso, há mil possibilidades contra uma de que isso não passe de reflexo do Espírito pessoal do médium.
Acontece mesmo este fato: a mão do médium se movimenta às vezes quase mecanicamente, impulsionada por um Espírito secundário e zombeteiro.(10)
            É essa a pedra de toque das imaginações ardentes. Porque, levados pelo ardor das suas próprias idéias, pelos artifícios dos seus conhecimentos literários, os médiuns desprezam o ditado modesto de um Espírito prudente e, deixando a presa pela sombra, os substituem por uma paráfrase empolada. Contra esse temível escolho se chocam também as personalidades  ambiciosas que, na falta das comunicações que os Espíritos bons lhe recusam, apresentam as suas próprias obras como sendo deles. Eis porque é necessário que os dirigentes de grupos sejam dotados de tato apurado e de rara sagacidade, para discernir as comunicações autênticas e ao mesmo tempo não ferir os que se deixam iludir.
            Na dúvida, abstém-te, diz um dos vossos antigos provérbios. Não admitais, pois, o que não for para vós de evidência inegável. Ao aparecer uma nova opinião, por menos que vos pareça duvidosa, passai-a pelo crivo da razão e da lógica. O que a razão e o bom senso reprovam, rejeitai corajosamente. Mais vale rejeitar dez verdades do que admitir uma única mentira, uma única teoria falsa(11).
 Com efeito, sobre essa teoria podereis edificar todo um sistema que desmoronaria ao primeiro sopro da verdade, como um monumento construído sobre a areia movediça. Entretanto, se rejeitais hoje certas verdades, porque não estão para vós clara e logicamente demonstradas, logo um fato chocante ou uma demonstração irrefutável virá vos afirmar a sua autenticidade.
            Lembrai-vos, entretanto, ó espíritas! De que nada é impossível para Deus e para os Espíritos bons, senão a injustiça e a iniqüidade.
            O Espiritismo já está hoje bastante divulgado entre os homens, e já moralizou suficientemente os adeptos sinceros da sua doutrina, para que os Espíritos não se vejam mais obrigados a utilizar maus instrumentos, médiuns imperfeitos. Se agora, portanto, um médium, seja qual for, por sua conduta ou seus costumes, por seu orgulho, por sua falta de amor e de caridade, der um motivo legítimo de suspeição, rejeitai, rejeitai as suas comunicações, porque há uma serpente oculta na relva. Eis a minha conclusão sobre a influência moral dos médiuns. – ERASTO.




 

(7) A distinção feita pelo Espírito, entre as influências materiais que perturbam as transmissões telegráficas e as influências morais que agem na comunicação mediúnica, tem hoje a sanção da Ciência através das pesquisas parapsicológicas. As experiências de transmissão de pensamento realizadas à distância, entre os Estados Unidos e a lugoslávia (Universidade de Duke e Universidade de Zagreb) e entre países da Europa (lideradas pela Universidade de Cambridge, Inglaterra) demonstraram que não há barreiras materiais para impedi-las e que somente influências psicológicas podem perturbá-las. Ver os relatos de Rhine em O Alcance da Mente e O Novo Mundo da Mente, e estudos a respeito em Parapsicologia e Suas Perspectivas, de nossa autoria. (N. do T.) 

(8) Notar a expressão: idéias heterodoxas falando espiriticamente, que se refere à necessidade de preservar a ortodoxia doutrinária, ou seja, a opinião certa, contra as opiniões estranhas que os Espíritos perturbadores procuram introduzir no meio espírita. (N. do T.)
 (9) As comunicações dessa natureza fazem escola em nosso país e na América, inteiramente infestada de doutrinas imaginosas e portanto pessoais, formuladas por um Espírito através de determinado médium ou por um pretenso profeta que lhe serve de instrumento. Só a falta de estudo deste livro, como se vê, pode justificar essa aberração no meio espírita, onde as instruções aqui dadas deviam ser suficientes para afastar essas mistificações. (N. do T.)

 (10) As experiências psicológicas de escrita automática provaram que inconsciente dos sujeitos pode movimentar-lhes a mão como se ela fosse impulsionada por um Espírito. Esse caso é conhecido nos estudos espíritas como anímico. O Espírito do médium, portanto a sua alma, pode comunicar-se como qualquer outro Espírito. Da mesma maneira, um Espírito zombeteiro pode agir livremente sobre o médium, ou em conjugação com a sua própria vontade, para escrever o que ele deseja, como se fosse ditado por um Espírito elevado. Os espíritas experientes sabem discernir com facilidade a comunicação anímica da espírita. No caso acima tratado, o médium se julga intuído e portanto está consciente do que escreve, mas a sua mão é impulsionada pelo Espírito zombeteiro que se diverte ao fazê-lo acreditar que está sob a ação de um Espírito elevado. Como se vê, a prática mediúnica exige o estudo sistemático deste livro. (N. do T.)   

 (11) Essa regra de ouro do Espiritismo, dada, como se vê, pelo Espírito Erasto, discípulo do apóstolo Paulo, espalhou-se como sendo o próprio Kardec e em forma diferente, ou seja: Mais vale rejeitar noventa e nove verdades do que aceitar uma mentira. Foi por esse motivo que a grifamos no texto. Trata-se, realmente, de uma regra que deve ser constantemente observada nos trabalhos e nos estudos

sábado, 16 de agosto de 2014

Progressão dos Mundos

SANTO AGOSTINHO

Paris, 1862

19O progresso é uma das leis da natureza. Todos os seres da Criação, animados e inanimados, estão submetidos a ela, pela bondade de Deus, que deseja que tudo se engrandeça e prospere. A própria destruição, que parece, para os homens, o fim das coisas, é apenas um meio de levá-las, pela transformação, a um estado mais perfeito, pois tudo morre para renascer, e nada volta para o nada.
Ao mesmo tempo em que os seres vivos progridem moralmente, os mundos que eles habitam progridem materialmente. Quem pudesse seguir um mundo em suas diversas fases, desde o instante em que se aglomeraram os primeiros átomos da sua constituição, o veria percorrer uma escala incessantemente progressiva, mas em graus insensíveis para cada geração, e oferecer aos seus habitantes uma morada mais agradável, à medida que eles também avançam na senda do progresso. Assim marcham paralelamente os progressos do homem, o dos animais seus auxiliares, o dos vegetais e o das formas de habitação, porque nada fica estacionário na natureza.
Quanto esta idéia é grandiosa e digna da majestade do Criador! E como, ao contrário, é pequena e indigna do seu poder aquela que concentra a sua solicitude e a sua providência no imperceptível grão de areia da Terra, e restringe a humanidade a algumas criaturas que o habitam!
A Terra, seguindo essa lei, esteve material e moralmente num estado inferior ao de hoje, e atingirá, sob esses dois aspectos, um grau mais avançado. Ela chegou a um de seus períodos de transformação, e vai passar de mundo expiatório a mundo regenerador. Então os homens encontrarão nela a felicidade, porque a lei de Deus a governará.

domingo, 15 de junho de 2014

Nisto Conheceremos

"Nisto conhecemos o espírito da verdade e o espírito do erro." (I JOÃO, 4:6.)

Quando sabemos conservar a ligação com a Paz Divina, apesar de todas as perturbações humanas, perdoando quantas vezes forem necessárias ao companheiro que nos magoa; esquecendo o mal para construir o bem; amparando com sinceridade aos que nos aborrecem; cooperando espiritualmente, através da ação e da oração, a benefício dos que nos perseguem e caluniam; olvidando nossos desejos particulares para servirmos em favor de todos; guardando a fé no Supremo Poder como luz inapagável no coração; perseverando na bondade construtiva, embora mil golpes da maldade nos assediem; negando a nós mesmos para que a bênção divina resplandeça em torno de nossos passos; carregando nossas dificuldades como dádivas celestes; recebendo adversários por instrutores; bendizendo as lutas que nos aperfeiçoam a alma, à frente da Esfera Maior; convertendo a experiência terrena em celeiros de alegrias para a Eternidade; descortinando ensejos de servir em toda parte; compreendendo e auxiliando sempre, sem a preocupação de sermos entendidos e ajudados; amando os nossos semelhantes qual temos sido amados pelo Senhor, sem expectativa de recompensa; então, conheceremos o espírito da verdade em nós, iluminando-nos a estrada para a redenção divina.

domingo, 27 de abril de 2014

O Mundo Novo


Isabel de Aragão


"Queridos irmãos:
Fala-vos a vossa serva Isabel que há tanto tempo acompanha o caminho deste País(PORTUGAL); venho trazer-vos novas de coisas que estão para vir e incitar-vos a nunca deixar de fazer o que puderdes para que tudo se passe em ordem.

Esta pátria, cujos reais fundamentos são já mais que milenários tem as condições para se fazer novamente grande, desta vez em Luz e inspiração. Dela partirá o anúncio formal ao mundo da vinda do Cristo com toda uma hoste de Mestres, de anjos e servidores para dar ao mundo um novo impulso (as «Novas Escrituras» estão já traduzidas nas principais línguas e espalhada por todo o Planeta). Dela também, queridos irmãos, partirá a palavra de alegria e esperança a manter perante tempos conturbados de desastres sociais, fomes, epidemias, catástrofes naturais (parece que já estamos vivendo o princípio das dores). Como consequência do retorno das energias negativas acumuladas nos planos psíquicos, como sejam os vícios, a ambição, a impiedade, o egoísmo, a desonestidade, a corrupção, virá pois, um período de provação, que fará apurarem-se na prova do fogo as novas ideias, a nova sociedade que há-de substituir a velha que está a desaparecer, almas novas herdarão o novo mundo redimido.

Digo-vos, ciente do que afirmo, que este país está já a começar a ter um papel crucial em tudo isto que afirmo, nele residindo um escol de discípulos capazes de muito fazer e muito saber. Alguns desconhecedores ainda das suas potencialidades estão entre vós.

Aqui em Portugal, em fraterna comunhão com todo o planeta, existe um grupo que, entre dificuldades, incompreensão e solidão, tudo está a fazer e tudo fará para que, quando o Cristo chegar, ninguém possa dizer: eu não sabia ou não me ensinaram a conhecê-Lo, por isso falhei. Esse grupo avança já em terrenos que desconheceis. Ele está activo em níveis espirituais e o punhado de irmãos nossos que o constituem, encarnados fisicamente, luta para realizar aquilo que antevê.
Eles sabem que com Cristo, a quem servem, tudo é possível. Contudo, sem vós e sem a vossa disposição de, em lugar de passivos, vos fizerdes activos contribuidores do Plano Divino que se realize, o país não desempenhará a parte que lhe compete. Vós podeis e deveis interrogar-vos acerca da maneira como podereis ajudar a manifestação dos desígnios Divinos. Não é digno que simplesmente procureis provas e mais provas, que mendigueis o contributo dos Espíritos de Luz para as vossas pequenas vidas, sem nada oferecerdes em troca. E o que podeis oferecer?

Irmãos, seria mais fácil explicar-vos o que não podeis oferecer. Vós podeis oferecer sempre uma vontade diligente de aprender e investigar sobre as realidades espirituais; podeis também oferecer, na vida diária, o vosso amor, a disponibilidade perante os outros e uma grande alegria de viver. Não é bom que vos preocupeis apenas com as vossas mazelas corporais ou espirituais, pois assim não se cultiva a liberdade do espírito e a coragem de enfrentar os desafios a Luz da esperança renovada às vossas vidas; porque agora começa o tempo de os homens trabalharem para outros reinos da natureza, outras evoluções para todas as criaturas.

Agora é-vos dito que podeis estar entre os primeiros a instituir uma nova maneira de viver num mundo renovado pela misericórdia de Deus e acção do Novo Cristo que se aproxima do mundo dos homens.

As simples preces devem tornar-se afirmações. As vossas almas trazem em si a potencialidade que, reanimada pela irradiação energética do Cristo e dos seus servidores abriria novos caminhos de serviço. Deveis aprender a não pedir nada para vós próprios mas tudo para o bem da Humanidade e de todas as criaturas que estão com ela, incluindo os irmãos do reino animal.
Deveis aprender que a energia segue o pensamento e que, se podemos já antever que os pensamentos negativos de muitas gerações desencadearam as energias que agora estão a produzir grandes provações, podemos também antever algo mais: que se todos aprendemos desde já a usar a mente para produzir energia positiva, intencionalmente, muito poderá ser feito para aliviar a dor do mundo e para começar a construir-se um mundo Novo."

Isabel de Aragão

terça-feira, 22 de abril de 2014

Abril da Grande Esperança, Abril da Nova Sagres

"Tomaram o rumo do Terreiro do Paço e aproximaram-se do cais, quando uma caravela engalanada soltou os sons característicos de uma partida breve. Escurecia rapidamente.

Na balaustrada, trajando a rigor, a tripulação chefiada pelo comandante saudou todos. Toda a embarcação se iluminou de um azul celeste cintilando.

À frente Camilo Castelo Branco cumprimentou o comandante efusivamente. - Mas... o senhor não é aquele comandante de barbas que a Índia conheceu de perto?

- Claro que sou, meu respeitado escritor. Daqui segui de perto seus escritos e mesmo esse acto irreflectido que o amigo concretizou. Temo-nos visto por aí algumas vezes, em corpos diferentes, e o acaso não existe. Outras Índias nos esperam, mais difíceis na sua cultura materialista e sem conteúdo espiritual.

Bem vindos a bordo. Partiremos a breve trecho.

- Obrigado, comandante. Teremos oportunidade de dialogar durante a nossa viagem.

Todos se espalharam voltados para o Cais, quando, surpreendentemente viram pairar sobre o Cais das Colunas duas figuras irradiando luz cintilante. Isabel, a Rainha Santa, acenava sorridente, abria os braços e fechava-os sobre o peito. Aqueles eram navegantes da nova era. Um pouco mais acima Hellil (Infante D. Henrique), ele mesmo, saudando os trabalhadores incansáveis da Pátria Lusitana, fazendo parte da Legião de escol que tem em mãos as tarefas ingentes da grande transformação.

A Caravela soltou amarras e começou a afastar-se em direcção ao meio do Tejo, onde miríades de pirilampos pareciam despedir-se dos ilustres visitantes.

A velocidade da embarcação era inusitada e, a pouco-e-pouco, desapareceu no horizonte, rumando aos céus  em figura de águia real.

Abril da Grande Esperança, Abril da Nova Sagres.

A cidade continuava a sua marcha regular.

Os transeuntes, em grande número, aproximavam-se do cais para regressarem aos seus lares, findo o seu dia de trabalho.

Não suspeitavam que ali, à beira Tejo, se abria uma nova caminhada para o Portugal do 5º Império."

(Capítulo 10º) In "Fernando Pessoa no Vulcão dos Preconceitos" - Arnaldo Costeira

Foto: Abril da Grande Esperança, Abril da Nova Sagres...    "Tomaram o rumo do Terreiro do Paço e aproximaram-se do cais, quando uma caravela engalanada soltou os sons característicos de uma partida breve. Escurecia rapidamente.    Na balaustrada, tarjando a rigor, a tripulação chefiada pelo comandante saudou todos. Toda a embarcação se iluminou de um azul celeste cintilando.    À frente Camilo Castelo Branco cumprimentou o comandante efusivamente. - Mas... o senhor não é aquele comandante de barbas que a Índia conheceu de perto?    - Claro que sou, meu respeitado escritor. Daqui segui de perto seus escritos e mesmo esse acto irreflectido que o amigo concretizou. Temo-nos visto por aí algumas vezes, em corpos diferentes, e o acaso não existe. Outras Índias nos esperam, mais difíceis na sua cultura materialista e sem conteúdo espiritual.    Bem vindos a bordo. Partiremos a breve trecho.    - Obrigado, comandante. Teremos oportunidade de dialogar durante a nossa viagem.    Todos se espalharam voltados para o Cais, quando, surpreendentemente viram pairar sobre o Cais das Coluna duas figuras irradiando luz cintilante. Isabel, a Rainha Santa, acenava sorridente, abria os braços e fechava-os sobre o peito. Aqueles eram navegantes da nova era. Um pouco mais acima Hellil (Infante D. Henrique), ele mesmo, saudando os trabalhadores incansáveis da pátria lusitana, fazendo parte da Legião de escol que tem em mãos as tarefas ingentes da grande transformação.    A Caravela soltou amarras e começou a afastar-se em direcção ao meio do Tejo, onde miríades de pirilampos pareciam despedir-se dos ilustres visitantes.    A velocidade da embarcação era inusitada e, a pouco-e-pouco, desapareceu no horizonte, rumando aos céus  em figura de águia real.    Abril da Grande Esperança, Abril da Nova Sagres.    A cidade continuava a sua marcha regular.    Os transeuntes, em grande número, aproximavam-e do cais para regressarem aos seus lares, findo o seu dia de trabalho.    Não suspeitavam que ali, à beira Tejo, se abria uma nova caminhada para o Portugal do 5º Império."    (Capítulo 10º) In "Fernando Pessoa no Vulcão dos Preconceitos" - Arnaldo Costeira (Capitão de Abril)

sexta-feira, 21 de março de 2014

E a Vida Continua


O carro seguia velozmente pela estrada. A dada altura, tudo ficou escuro.
Não sei bem como aconteceu. O certo é que aconteceu!
Sentado na berma da estrada, chorava copiosamente o acontecido. Por mais que eu tentasse compreender, não conseguia.
Dois desconhecidos se aproximaram e tentavam acalmar-me, mas eu continuava a não perceber.
Com a cabeça entre as mãos, eu chorava sem conseguir parar.
Sentia que mais pessoas se aproximavam de mim, mas eu não queria olhar.
-Hélio meu filho, olha para mim , sou eu, o teu avô!
Levantei-me num pulo e abracei-me ao meu avô.
-Avô, eu sei, eu morri!
Eu  não queria ver o que me estava a acontecer!
-Sim meu filho, estás do outro lado, não desesperes! Desencarnaste, e a vida continua!
-Avô, e agora, como vai ser? E os meus pais? Avô, eles devem estar desesperados!
-Não meu filho, teus pais, neste momento, estão a ser amparados, choram a tua partida, mas, logo, logo vão compreender que chegou a hora de voltares ao plano espiritual.
-Avô, como se lida com as saudades daqueles que deixamos? Avô, a porta fecha-se e depois, como e quando os voltamos a ver?
-Hélio, meu filho, não há porta, apenas estamos em planos diferentes. Sempre que possas, irás visitá-los. Apesar de eles não te verem, podem talvez sentir-te, aperceberem-se da tua presença.
-Avô, queria tanto dar um beijo aos meus pais! Saí de casa com tanta pressa que nem me despedi deles. Posso, avô?
Hélio, aproximou-se da mãe que estava junto ao corpo, beijou-lhe a face e murmurou-lhe ao ouvido:
-Mãe, sou eu, não chores, estou com o avô, sempre que possa venho visitar-vos. Eu amo-vos!
Passou pelo pai deu-lhe um beijo e disse-lhe:
-Pai, perdoa-me! Eu amo-vos!
Saiu na companhia do avô e dos dois jovens que o tentaram acalmar.

E a vida continua…

sábado, 15 de março de 2014

Aprendamos Servindo


Onde estiveres, faze claridade em ti mesmo, para que a treva desça de nível.

Só a luz desintegrará, na Terra, as cristalizações da sombra, em que a ignorância e a penúria tecem ninho à inquietação e ao sofrimento.

Não te encarceres, porém, na feição unilateral do grande problema.

Educação, em boa síntese, é luz que circula vitoriosa do sentimento ao raciocínio, sustentando o equilíbrio entre o cérebro e o coração.

A ciência, constrói a medicina.

A compreensão humana, faz o médico

As letras, erguem o magistério.

A consagração ao ensino, gera o professor.

A técnica, estende os patrimónios da indústria.

O devotamento ao trabalho, levanta os missionários do progresso.

A teologia, plasma a religião.

As virtudes da fé, realmente vividas, erigem o pastor.

A universidade, lavra diplomas.

A escola do exemplo, nos testemunhos de elevação, dentro da luta cotidiana, forma os verdadeiros servidores do mundo.

Não prescindimos da instrução.

Mas, não honraremos o pensamento claro e nobre, sem o acrisolamento espiritual.

A ideia esclarece.

O sentimento cria.

A palavra edifica.

O exemplo arrasta.

É por isso que Jesus, exalando a sabedoria, não olvidou a prática do amor.

Aprendamos servindo.

Essa é a única fórmula capaz de reunir-nos ao Mestre que procuramos.

Muitos possuem ouro e prata...

Muitos detêm a cultura...

Muitos guardam a bondade...

Muitos dispõem do poder...

Mas, se não sabem acender a luz em si próprios, riqueza e inteligência, afectividade e dominação, não lhes servem, por vezes, senão por vasto pedregulho no campo da experiência.

Entesoura no cérebro, a ciência que te ilumine, mas inflama de amor o coração que te pulsa no peito, porque somente assim, farás da própria vida a estrela de serviço e de fé, guiando-te a alma em triunfo para além das sombras que enxameiam nos vales da provação e da morte.

 
(Extraído do livro “Correio Fraterno” de Emmanuel/Chico Xavier)

terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

CHORA

 
Por Deus, ò filho meu, não mais sufoques, tenso,
Essa angústia cruel que oprime e desalenta!
Deixa a dor explodir no pranto que arrebenta,
Forte, renovador, aberto, amargo, intenso!


Também a Natureza verte pranto denso,
Na trovejante dor que grita na tormenta...
Depois chora, a chover... e quando se acalenta
Abre de novo ao Sol o seio nobre e imenso!


Chora também, meu filho! Chora um pranto quente,
Que seja puro, amargo, soluçante, ardente,
Sem ódio de ninguém, sem sombra de rancor...


Depois, de olhar enxuto e já calado o grito,
Verás que o Pai do Céu te manda, do Infinito,
Um ósculo de paz, em vibrações de amor!


AMARAL ORNELLAS

terça-feira, 21 de janeiro de 2014

A Esmola Maior


"Amados, amemo-nos uns aos outros, porque a caridade é de Deus”.

JOÃO. (I João, 4:7.).

 


No estudo da caridade, não olvides a esmola maior que o dinheiro não consegue realizar.

Ela é o próprio coração a derramar-se, irradiando o amor por sol envolvente da vida.

*

No lar, ela surge no sacrifício silencioso da mulher que sabe exercer o perdão sem alarde para com as faltas do companheiro; na renúncia materna do coração que se oculta, aprendendo a morrer cada dia, para que a paz e a segurança imperem no santuário doméstico; no homem reto que desculpa as defeções da esposa enganada sem cobrar-lhe tributos de aflição; nos filhos laboriosos e afáveis que procuram retribuir em ternura incessante para com os pais, sofredores, as dívidas do berço que todo ouro da terra não conseguiria jamais resgatar.

No ambiente profissional, é o esquecimento espontâneo das ofensas entre os que dirigem e os que obedecem, tanto quanto o concurso desinteressado e fraterno dos companheiros que sabem sorrir nas horas graves ofertando cooperação e bondade para que o estímulo ao bem seja o clima de quantos lhes comungam a experiência.

No campo social, é a desistência da pergunta maliciosa; a abstenção dos pensamentos indignos; o respeito sincero e constante; a frase amiga e generosa; e o gesto de compreensão que se exprime sem paga.

Na via pública, é a gentileza que ninguém pede; a simplicidade que não magoa; a saudação de simpatia, ainda mesmo inarticulada e a colaboração imprevista que o necessitado espera de nós, muita vez sem coragem de endereçar-nos qualquer apelo.

*

Acima de tudo, lembra-te da esmola maior de todas, da esmola santa que pacifica o ambiente em que o Senhor situa, que nos honra os familiares e enriquece de bênçãos o ânimo dos amigos, a esmola de nosso dever cumprido, porquanto, no dia em que todos nos consagrarmos ao fiel desempenho das próprias obrigações, o anjo da caridade não precisará desfalecer de angústia nos cárceres das provações terrenas, de vez que a fraternidade estará reinando connosco na exaltação da perfeita alegria.
 
(Extraído do Livro "Ceifa de Luz" de Emmanuel/Chico Xavier)