Vê os teus filhos com os olhos do espírito. Só esta visão,
profunda, te permitirá o verdadeiro acesso às suas almas.
Na eternidade da vida, os vinte ou trinta anos que vos
separam são segundos cósmicos das vossas jornadas.
Hoje pai, mas ontem, alguém que feriu ou foi ferido, que amou
ou foi amado, que deixou uma chama de luz ou uma flecha cravada no coração
daquele que hoje é teu filho.
O teu compromisso é o de suprir as necessidades de segurança,
sobrevivência e preparação para as suas vidas quando ganharem asas e voarem do
ninho em busca das respostas às questões que lhes inquietam o coração e que são
os seus portais para conhecimento e crescimento.
Ocupa a tua missão fraterna enquanto cuidador, orientador e
formador, sem no entanto, interferir na busca do caminho que deverá ser íntimo
e pessoal, para que não transformes os teus deveres paternais em cárceres de
austeridade, condicionando a liberdade de expressão.
Não descures de te cuidar e crescer, pois o melhor que podes
ofertar aos teus filhos é o teu bom exemplo.
A paternidade é uma doce expressão da fraternidade. Assim,
esforça-te por ver no teu filho, um teu irmão, também.
Psicografada em 2021/06/18