No ano 24 d.C.,
Jesus se reunia em Cafarnaum com um pequeno grupo de discípulos, (entre os
quais se encontrava José de Arimateia, em convalescença após grande viagem onde
contraíra uma doença) para discutirem questões filosóficas, quando surge a
questão da prece:
“ Seu senso de
humor se fazia evidente com frequência em seu sarcasmo e, embora fossem amigos
a quem ele amava, ele utilizava as farpas do sarcasmo para fazer com que suas
mensagens atingissem o alvo.
-Se seu Pai
celestial é omnisciente, como bem afirmamos – começava ele – não saberá de
nossas necessidades antes de lhas contarmos? Não conhecerá a dimensão completa
das nossas necessidades até mesmo melhor do que nós? Então você, só está
diminuindo Deus quando se atreve a lhe contar o problema, não é mesmo?
Isto, era algo
bem elaborado, mas de um enorme bom senso, como até mesmo os pescadores e
colectores de impostos entendiam. Ele insistia mais ainda para que, ao rezar,
não se mantivesse em mente uma solução pré-concebida para o problema.
- Porque vocês
limitam Deus? – Dizia. – Deus pode imaginar soluções para lhes oferecer que são
centenas de vezes mais generosas e desejáveis do que jamais imaginariam! Dêem a
Deus a oportunidade de demonstrar seu amor por vocês!
- Mas, se nós
não contarmos os nossos problemas e não ficarmos pensando na solução desejada –
perguntou o surpreso Simão, - o que devemos dizer e que pensamentos devemos
manter em nossas mentes?
- Ah, Simão! – Respondeu
– Você chega tão perto da iluminação, mas não consegue ver o último passo. A
resposta é simples, não é? – Dizia, enquanto olhava ao redor do círculo. Ao não
obter resposta, ele completaria:
- Não digam
nada! Esvaziem suas mentes, completamente! Esta é a prece perfeita. Então, Deus
falará com você! E este é o grande segredo da oração que poucos homens
conhecem.
De novo Simão,
teimosamente arremeteria:
- Mas, Mestre,
como esvaziar nossas mentes? Não importa se estou descansando ou trabalhando,
minha mente é sempre um turbilhão: penso em meus problemas, esperanças e
sonhos, coisas que podem ser bobas, mas estou sempre pensando. Não consigo
pensar uma maneira de esvaziar minha mente!
- Simão, Simão
– respondeu Jesus amorosamente, - jamais preciso me preocupar quando você está
comigo, pois você sempre me lembrará o que é necessário. Sim, preciso ensinar
como esvaziar suas mentes, pois é só desta maneira que a voz imperturbável e
baixa de Deus os poderá guiar. Durante o tempo que nos é dado para estarmos
juntos, eu lhes falarei a respeito da sabedoria que agora vocês podem aceitar.
Além disso, vocês aprenderão pouco a pouco à medida que ouvem, enquanto Deus,
nosso Pai, vos fala durante a meditação; pois Ele sempre saberá exactamente o
que precisam e quanto podem aceitar.
A partir daí,
durante vários fins-de-semana seguidos, ele nos orientou delicadamente em
meditações guiadas, de vários tipos, as quais ele aprendera durante suas
viagens. Estes exercícios tinham um só objectivo: concentrar nossas mentes e,
então, aquietá-las.”
Enxerto do Livro "José de Arimateia o Discípulo de Jesus" de Frank C. Tribbe