- Não te encolerizes.
O punhal da nossa ira alcança-nos a própria saúde, impondo-nos o vírus da enfermidade.
- Não critiques.
A lâmina de nossa reprovação volta-se invariavelmente, contra nós, expondo-nos as próprias deficiências.
- Não comentes o mal do próximo.
O lodo da maledicência derramar-se-á sobre os nossos passos, enodando-nos o caminho.
- Não apedrejes.
Os calhaus da nossa violência de hoje tomarão amanhã, por alvo, a nossa cabeça.
- Não desesperes.
O raio de nossa inconformação aniquilará a sementeira de nossos melhores sonhos.
- Não perturbes.
O ruído de nossa dissensão desorientar-nos-á o próprio raciocínio.
- Não escarneças.
O fel de nosso sarcasmo azedará o vinho da alegria no vaso de nosso coração, envenenando-nos a existência.
- Não escravizes.
As algemas do nosso egoísmo aprisionar-nos-ão no cárcere da loucura.
- Não odeies.
A labareda de nosso ódio incendiar-nos-á o próprio destino.
- Não firas.
O golpe da nossa crueldade, brandido na direcção dos outros, retornará a nós mesmos, inevitavelmente, fazendo chagas de dor e aflição no corpo de nossa vida.
André Luis / Francisco Cândido Xavier